Um campo interminável. O vento que corta minha carne.
Não consigo mais chorar. Minhas lágrimas congelaram.
Os pesos em meus tornozelos. Voltei a senti-los.
A agonia que pensei que tinha sumido, voltou. Ou nunca teria sumido?
Minha espada, enferrujada, não sai mais da bainha.
O laço da mulher que eu amei, que a lacrava, não existe mais.
Se perdeu no tempo, no espaço? Ou nunca esteve ali?
Não consigo respirar. O gelo invade meus pulmões.
Não consigo mais sequer reagir. Não tenho forças...
Ou será que eu, nunca as tive?
A noite, não tem estrelas, talvez uma, mas não a enxergo.
O sereno, me abraça, como o amigo que uma hora, sei que vai me trair.
Sinto o beijo da morte em meu rosto. E a corda me enforca.
Mas algo que me faz ainda seguir adiante.
Loucura? Insanidade? Ou será que sempre fui assim e não sabia?
Quem me fazia companhia, não está mais aqui.
A luta é desumana. Sou surrado por mim mesmo.
A cada sonho desfeito..., cada realização mal sucedida..., cada fracasso...
Ou eu acreditei sempre, no impossível? No inacreditável?
A praia que eu sempre ia..., tingiu-se de fel... não consigo mais chegar perto
O barulho das ondas, agora, se converte em agudos gritos de desespero
Elas ainda estão em mim, mesmo que eu me retalhe, estarão ali...
Me lembrando, do meu passado e do meu presente...
Será este o futuro de alguém que simplesmente sonha com a felicidade?
A música que eu mais gostava, não toca mais em meu peito...
Só a batida descompassada, de um coração que está amargurado
Talvez, há um passo de ser mortalmente ferido...
Mas ainda tenho que seguir... seguir para longe deste campo gelado...
Minha espada não corta, mas é com o que me defendo...
Buscando e olhando fixamente para uma estrela, que nem sei se está ali.
Mas sentindo em meu corpo, a neve, que nunca parou de cair.
Larunbata, 2009ko ekainaren 6a.
Sábado, 6 de junho de 2009
Trilha sonora perfeita para este poema.
Dire Straits - Brothers in arms.
"O sentir é sempre mais intenso, com música." Desconhecido.
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