sábado, 15 de agosto de 2009

Globo X IURD - Record: o embate do século

Esta semana fomos acometidos de uma situação, ao qual não é nova, mas segue sendo mesmo por debaixo dos panos, explosiva. Desde terça feira, a face mais escura da Record, foi revelada. E o que era óbvio, ficou escancarado.

Os jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, revelaram que o fundador da seita, 'pastor' Edir Macedo e, mais 9 pessoas, ligadas à dupla IURD - Record, estava sendo indiciadas por lavagem de dinheiro e o pior, formação de quadrilha. Aproveitaram-se do dinheiro suado de muitos fiéis, para levantar, manter e sustentar um império, formado por rádios, televisões, gráficas e outros negócios e nogociatas, sob o pretexto de um artigo da já falha Constituição, que para igrejas de qualquer custo, não há impostos.

Revelou-se também, que depois de dois anos de investigação, algumas coisas se simplificaram: como a Universal se tornou uma máquina de fazer dinheiro, e uma organização tão intrincada e complexa, que faria um estudioso de Máfia Italiana, ficar com cefaléia crônica.

Uma das partes da denúncia, revelada pelo jornal paulistano diz: “a atuação da quadrilha não conheceu limites. Seus integrantes se utilizaram da Igreja Universal do Reino de Deus para a prática de fraudes em detrimento da própria igreja e de inúmeros fiéis”. (site do Jornal Nacional - 12-8-2009)

E também, para espanto geral, os números titânicos da Universal, foram finalmente revelados. Em um ano, a IURD 'embolsa' quase R$1,5 bilhão e, em um período de 7 anos, o suor dos fiéis, as esperanças de milagres, custaram R$ 8 bilhões.

8 bilhões... que eram desviados para paraísos fiscais e voltavam ao Brasil, na forma de empréstimos a pessoas físicas, ligadas a Edir Macedo.

A TV Record do Rio, foi comprada por US$ 20 milhões em 1992, e deste montante, 75% era da IURD. E as compras de emissoras de TV em todo o Brasil, foram misteriosamente acontecendo e o pior: sem suspeita da origem do dinheiro.

Usando uma passagem bíblica, este 'mensageiro' dizia que os bispos, pastores e obreiros, tinham que se impôr, em uma forma de lavagem cerebral, para manter o controle sobre o seu 'rebanho' e 'estorquir' tudo que os 'fiéis' tivessem nas mãos.

A Record contraatacou, com reportagens, falando dos podres da Rede Globo, de histórias de 45 anos atrás, sobre a compra da emissora, o apoio de Roberto Marinho à ditadura militar, sob a influência da TV na vida dos brasileiros e em seu modo de vida.

Falou-se até de possíveis festas, regadas à drogas pesadas, entre funcionários do alto escalão da emissora carioca, revelados por um ex-funcionário, em seu livro: Afundação Roberto Marinho. E a forma que a 'Vênus Platinada' vem perdendo audiência para a Record nos últimos 8 anos, usando imagens até do documentário britânico 'Muito além do Cidadão Kane', falando o lado secreto da Rede Globo e, que por decisão da Justiça, foi proibido de passar no Brasil.

Até no Congresso e no Senado Federal, que deveriam estar se ocupando do destino de 191 milhões de habitantes, se falou nesta guerra declarada.

Enquanto isso, nós, brasileiros, estamos no meio de mais contenda. 
A briga entre a Globo e a IURD - Record, ainda está longe de acabar. Misturou-se até coisas como poder, religião e dinheiro. Algo que nunca ninguém pensava que poderia se misturar, em uma magnitude tão gigantesca.

A audiência no Brasil, finalmente se dividiu. Agora, se fica apenas de um lado: o mundano ou o sacrossanto. Mas ninguém sabe qual dos dois é um ou outro. Mas o mais provável, que é ambos sejam 100% mundanos.

Um lado querendo controlar as pessoas, pelo poder de uma informação, que em uma grande parte dos casos, se provou baseada, em fontes duvidosas há mais de 40 anos. O outro, manipulando, distorcendo uma das bases do ser humano: a fé em algo maior do que a nossa própria consciência.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lain - um mergulho em uma mente dualizada

Eu ainda não falei de animes em meu blog. Mas resolvi começar este assunto com uma pergunta simples. Você sabe, quem você realmente é?

Depois que conhecer Lain, você não vai parar de se fazer esta pergunta.

Após do suicídio de uma estudante, Chisa Yomoda, suas companheiras de escola, começam a receber emails póstumos dela. Entre elas, Lain Iwakura, uma menina de 14 anos, que tem grandes dificuldades de viver em grupo. Sem saber como funciona o seu próprio computador, ela recebe o mesmo email que suas amigas de escola, receberam. Uma mensagem a intriga totalmente. O motivo do suicídio de Chisa: descobrir que Deus está na internet.

Para saber mais sobre o assunto, e se aprofundar mais sobre o tema, Lain pede ao seu pai, um novo aparelho, para conhecer mais a Wired (um sistema de navegação parecido com o que conhecemos).

Pouco a pouco, a vida de Lain, começa a girar apenas na Wired, motivo ao qual sua unica amiga Arisu (Alice, em inglês) começa a se preocupar, incitando-a que comece a sair mais com ela e suas amigas: Yuri e Reika.

Quando recebe um presente, um chip, se torna capaz de entrar e sair na Wired de forma livre, fazendo assim com que ela seja um ser onipresente dentro da rede, como uma espécie de deus. Conforme Lain vai descobrindo mais à respeito, nota homens vestidos de preto, começam a vigiar a sua casa. Com o tempo se descobre que eles se chamam knights (hackers dentro da Wired).

Gradualmente, Lain se faz famosa dentro da Wired, ganhando um grande prestígio, o que também aumenta o seu poder e, como consequencia, perde o interesse de viver dentro do mundo real.

À medida que descobre novas coisas, suas amigas começam a receber rumores sobre uma outra personalidade de Lain (seu 'alter ego', o outro 'eu' na internet, que era completamente distinto) criando confusão. Aí entramos em uma outra temática do anime: os conflitos psicológicos. Lain se torna mais e mais independente dentro da Wired, até que finalmente descobre que deixou de se conhecer, saber qual era a sua verdadeira personalidade, e se começa a perguntar: "Quem é Lain?"

São 13 episódios conflitantes, distintos, emocionantes, perturbadores. Recomendado apenas para quem tem coragem de mergulhar fundo na mente da personagem e, indiretamente nos próprios pensamentos, mesmo os mais ocultos.

Na playlist de hoje: a abertura de Serial Experiments Lain, com a música da banda britânica BôA - Duvet.



Make me sad, make me mad, make me feel, alright?

40 min. de paranóia


Estou triste. Sinto-me só, desamparado... sinto-me um lixo
O vento da madrugada, tinha saudade mas quando eu o senti, tive medo
A lâmina fatal percorre o meu corpo, a espada é gelada..., é terrível
Ouço passos, mas não há ninguém nas ruas..., estou sendo perseguido
Mas o que me segue, nessa noite estranhamente fria de dezembro?
As lágrimas descem de meu rosto, cortam minha carne nua, de cima a baixo
O "barulho do silêncio" me atormenta..., me deixa surdo com a sua passividade
O movimento de sangue nas veias me atordoa..., quero gritar, mas o que?
Bailo insano com o meu corpo, quero parar, mas porque pararia?
Afogo-me no oxigênio nocivo, que entra em meus pulmões destroçados...
O mundo não pára de girar, mas eu não me aquieto..., tenho medo do meu medo
Vejo o nascer e o pôr do sol ao mesmo tempo, minha mente brinca comigo...
Porque faz isso comigo? Porque querem dividir-me a seco, sem morfina ou absinto?
As fadas verdes, caminham em meio aos mortos, de uma guerra sem sentido
Meu coração bate, como o tambor que anuncia o condenado ao povo
Não posso sair, não posso voar, minhas costas doem , minhas asas se atrofiaram
Não posso me mexer, correntes prendem meus braços e pernas... Porque?
A Lua enumera meus infinitos pecados..., não tenho defesa. Sei que sou culpado
Ouço as risadas dos meus inimigos, mas nunca fiz nada a eles...
Vejo as suas expressões de ódio, os olhos dos demônios em suas faces
Sozinho..., no frio..., da minha mente..., peço socorro...
Um copo de vinho..., e nada..., estou morrendo..., mas ninguém liga.
Meu corpo sangra, sem controle, em meio à neve branca e pura
Quero colo..., quero carinho..., quero alguém que me ame, que nem minha mãe
Fui chamado de traidor, de falso, por quem já amei...
Eu não traí, não sou falso, meu sangue é de verdade...
Minhas lágrimas são reais, não quero morrer louco
Não quero morrer sozinho, quero alguém para me amar
Me tirem de onde eu estou, desamarrem as minhas correntes
Me tirem daqui..., Me tirem daqui..., ME TIREM DAQUI...!!!

Ostirala, 2006eko aberduaren 15a
Sexta, 15 de dezembro de 2006

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Deprez 004 Rio de Janeiro


Sentado à porta de um hotel..., cá estou em meu estado semi-alcoolizado
Em minha frente, um quarteirão de fachadas destruídas, como minha mente.
Prefiro estar só... a agitação insana... eu não a sinto...
Pareço afogado num rodamoinho de dor, desgraça, loucura e desespero
As prostitutas vem e vão... estou quase sem sentidos. Elas passam tão velozes...
Pessoas jogam suas raivas e ilusões, no ralo de esgoto aberto, chamado madrugada
Ando desnorteado, em meio aos desacordados etílicos
Respiro um frenesi psicótico, disfarçado em odores de bebidas.
Os passos arrastam-se. Sinto de novo, levemente, as correntes em meus tornozelos...
Já é hora de ir para casa. O trem não tarda, para voltarmos à realidade
Do alto da passarela, as torres de TV para mim, são grandes árvores de Natal
E o Cristo, com sua luz verde, apenas um velho senil, a abençoar uma cidade morta.
Pulo o muro da estação. Não enxergo o chão, é tão escuro quanto o meu coração...
Então começo a caminhar pelos trilhos, como um parasita querendo enxergar a luz
Os prédios em volta, não os vejo, são apenas gigantescas lápides opacas...
Ainda mais negras e sombrias, à medida em que o dia começa a clarear
Não sei, mas acho que a luz do Sol continua a me fazer mal...
Assim como Byron Moore, somos vistos como aberrações
Por isso preferimos ocultar os nossos sentimentos angustiados, na escuridão.
Os raios solares, começam a iluminar o ambiente... é muito traumático...
Lembro-me, do que eu implorei para esquecer, então... começo a chorar...
Acho que se eu não fizesse aquilo, iria cometer um ato de loucura
As lágrimas fundem-se com o ar frio, dos últimos resquícios noturnos
Chego a estação... estou acabado. Nem sei o quanto andei, parecem muitas milhas
As luzes do Centro, começam a apagar-se. Infelizmente mais um dia começa
Sinto um falso alívio, ou é a ressaca que não vingou...?
O trem vem chegando e com ele, um certo ar nostálgico
Mas será que também é tão mentiroso quanto a vida real?
Por enquanto não quero saber. As portas se abrem. 
Quero... por alguns momentos esquecer..., que eu existo...

Asteartea, 2004ko apirilaren 6a.
Terça, 6 de abril de 2004.

Na playlist: Cazuza - Um trem para as estrelas