terça-feira, 23 de março de 2010

Anjo triste de Zagreb (Tužan anđeo od Zagreb)



Primeira madrugada de primavera em Zagreb.
Deixe-me respirar, pela última vez, a brisa gelada e serena, do imortal Bora.
Caminho pela cidade sem ninguém, apenas por uma mistura, de dores e sonhos infantis
As pessoas comemoram o fim do inverno. Tenho vontade de chorar
As noites não serão mais tão frias. Minhas lágrimas, não mais se congelarão
Estou só..., apenas com uma garrafa de vinho, para manter-me acordado
Ouço risadas agudas, parecem navalhas a cortarem os meus pulsos feridos
Meus pés doem. Sou um amargo penitente, em buscas de respostas que só a noite pode me oferecer
A Lua cega-me, enfeitiça-me, entorpece-me. Traz a tona o meu passado, quando eu era feliz.
Vou até uma ponte. O Sava brilha vivente, como um menino segurando uma vela
Olha para as suas águas..., vejo a mim com 16 anos. O que os humanos fizeram comigo...?
Minhas lembranças são muito vagas, confusas. Por vezes, algo inacessível, muito distante.
Meus cabelos cobrem o meu rosto. Não quero que vejam o meu desespero...
Uma menina, de vestido branco e de chapéu..., será que ela olha pra mim?
Ou de alguma forma, compartilha das minhas angústias? Afinal, quem é ela?
O Sol já está nascendo, tão mortal e nocivo para mim, como a um vampiro
A cidade começa a acordar, depois de meses de hibernação coletiva
Finalmente a vejo, com todas as formas e cores. Serás uma enviada dos céus?
Uma pintura digna de um Goya, Velásquez, Renoir, ou quem sabe de Monet...?
Os ventos emolduram a sua face..., ela sorri. Mas vejo uma sutil tristeza
Parece sofrer..., mas o que será que tanto a perturba? O que tira a sua felicidade?
Eu poderia..., tentar devolver a sua alegria perdida?
Ainda estou muito ferido..., minhas cicatrizes estão se fechando, muito devagar.
Vejo marcas também em seu peito e em sua alma. Ela também precisa descansar...
Tudo se silencia. Amanheceu..., ela não está mais aqui
Mas o seu sorriso triste, está em meu coração e em minha cabeça
Tenho que ir embora ,mais irei voltar na próxima madrugada...
Para contemplar esse ser especial e quase "divino"...
Admirar seu riso, banhado pela lua croata.
Ver..., mais uma vez, o meu anjo...Anjo triste de Zagreb.

Escrito em 21/03/2006

sexta-feira, 12 de março de 2010

Opinião sobre a emenda de Ibsen Pinheiro


Eu não sei nem o que responder em um momento como esse. A unica coisa que eu posso escrever é o lema do estado do Rio: Recte Rem Publicam Gerere (Gerir a Coisa Pública com Retidão).

Cabral jogou o o restinho do seu prestígio no esgoto, conseguiu ainda de quebra fazer, com que mais de 90% do estado ficasse contra ele e, os 6 deputados do Rio, covardes (4 não estavam em Brasília e 2 votaram a favor da emenda), serão para sempre manchados.

O nome dos dois deputados que castraram a economia do estado (anotem):

Deputado Adilson Soares - PR (Partido do Garotinho)
Deputado Nelson Bornier / ex-prefeito de Nova Iguaçu - PMDB (Partido do Cabral).

Dep. ausentes: Marina Maggessi (PPS), Rodrigo Maia (DEM), Suely (PR) e Vincius Carvalho (PTdoB). Ausentes não... COVARDES!!!


É obrigação de cada um aqui, qualquer que seja o seu trabalho, como pessoa física e CIDADÃO FLUMINENSE, DIVULGAR O NOME DESSAS DUAS PESSOAS QUE ACABARAM COM O ESTADO DO RIO DE JANEIRO E, DOS 4 DEPUTADOS FEDERAIS COVARDES, QUE NÃO FORAM À BRASÍLIA, VOTAR À FAVOR DO ESTADO, CONTRA ESTA MONSTRUOSIDADE!!!

Dentro da imparcialidade de cada um, temos que provar, aqui, e em qualquer lugar, nossa insatisfação, contra este ato 'libidinoso, criminoso, abusivo, intolerável, irresponsávele inaceitável' que se abateu sobre, não só, o estado do Rio, mas todos os estados que dependem dos royalties, para que os seus municípios não entrem em falência. seu blog!!!

NUNCA MAIS VOTEM NESSES DOIS!!! ELES CASTRARAM A ECONOMIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO!!!

SOMOS FLUMINENSES, SOMOS ESTADO DO RIO!!! 

segunda-feira, 1 de março de 2010

Feliz aniversá-RIO (???)



Era uma vez, um lugar muito bonito. Onde os pássaros voavam, as frutas eram gostosas, os índios eram valentes guerreiros, a mata era abrangente, os rios caudalosos, mas limpos e, todos eram felizes. Me pergunto: como, em 445 anos, as coisas mudaram tanto, no 'seio do mar'?

Os pássaros são capturados para serem vendidos à mecenas estrangeiros, as frutas apodrecem no CEASA e são jogadas no lixo, os índios sumiram e foram substituidos por habitantes preguiçosos, covardes e mesquinhos, a mata foi sangrada pela ambição do homem, os rios se tornaram depósitos de corpos e de sujeira em geral, e ninguém (ou quase ninguém) atualmente é feliz.

O que vemos atualmente é o topo do iceberg imundo de, como se destruir a alma, a cidade e os habitantes, em um processo de degradação moral, tão abrangente e tão colossal, em poucos anos. Tantos mandos e desmandos megalomaníacos, que fariam Nero pedir conselhos. Pessoas comuns, que pela prepotência, pelo nariz empinado tornaram essa cidade, um 'péssimo-ótimo lugar' para se viver. Ou seria, para se vegetar?

Observo da janela dos ônibus, o Rio é uma cidade caótica, onde o cinza tomou conta da terra. O cheiro da floresta, é apenas em alguns lugares distantes. Agora, sinto o cheiro da poluição, do fedor de agua podre. Crianças de almas perdidas, que correm para lugar algum, buscando não se sabe o que... Pessoas que te encaram, não com o sorriso sincero, mas, com uma risada amarela, e medrosa, que por certos traumas, colocam na cabeça, que todos são inimigos, ou, que a pessoa é uma 'face da morte', sedenta por ceifar pessoas inocentes.

Neste reino, quem apronta é endeusado, quem é honesto, paga o pato. Quem é invasor, tem poder, quem é pajé, quem é sábio, não é ouvido. Pelo contrário, é taxado de 'démodé', imbecil, ultrapassado. E, os pobres índiozinhos, não seguem os ensinamentos dos mais velhos. Seguem os 'caramurus', com suas armas e fuzis que, não cospem apenas fogo, mas cospem morte, centenas de vezes por minuto.

O 'Deus de pedra', mira o 'adiante', sem acreditar no que se mudou. Mas, ele está há apenas 80 anos ali, perdeu toda a parte boa. Só pegou a parte pífia, maquiavélica, mas está mesmo assim pagando por isso. Até a chuva poluida, está fazendo os seus 'cabelos' caírem. 'Vê' com incredulidade e, tristeza em seus olhos de pedra-sabão, ao seu futuro sendo consumido em ondas psicodélicas, e o sangue indo parar no mar que defende e contempla.

O que eu posso desejar, aos cariocas, em seu aniversário? Sinceramente não sei. Peço talvez, reflexão. Nesta terra, em que antigamente 'em se plantando tudo se dava', hoje a realidade é bem diferente, 'em se plantando, 99% já tem dono'. Que se tenha misericórdia 'dessa gente careta e covarde' e, que se peça piedade e por que não 'grandeza e um pouco de coragem', mas neste caso, se precisa de muito dessas duas coisas.

Feliz aniversá-RIO.